sábado, 9 de outubro de 2010

Qual o papel das organizações ambientalistas no mundo hoje? Voltando de uma reunião pensei nisso, ‘como aqui me reunindo com essas pessoas estou ajudando o meu país, ao mundo, a sociedade?’ chega de idéias, quero ações! Lembrei da minha fala da primeira vez que estive lá, disse que lutava a favor da preservação e não contaminação do ar e da água, das florestas e dos seres, da sustentabilidade dos recursos naturais, das populações tradicionais... mas como? Meu pai foi me buscar, estava sorridente, mas quieto, o que me facilitou a não interromper a linha de raciocínio anterior. No caminho com esse turbilhão de idéias na cabeça, passei pelo Bernardo Mascarenhas pra encontrar uma amiga que mora aqui perto e dar uma carona a ela, que estava radiante com uma blusa que dizia ‘HOPE’ que fofura! Pegamos uma squeeze que fica sempre na bolsa e a enchemos no bebedouro, falamos sobre um vídeo da Annie Leonard que a vi em um fórum do GBV que falava sobre água engarrafada e todo esse comércio absurdo! Passamos no posto de gasolina para abastecer, alí a discussão foi maior ‘biocombustível’ ser ou não a favor? Lembrei de um professor ambientalista que a uns 5 anos atrás me deu os primeiros toques sobre o assunto mas eu nem entendia toda essa questão que só voltou a tona 3 anos depois quando conheci o Tutu da ‘ecofamilia’, Passando na frente da faculdade vi a minha professora de Educação Ambiental lembrei do nosso trabalho de conclusão do semestre, era a prova de fogo! Ali você saberia ou não fazer um projeto de EA, ali você mostraria suas idéias e saberia se era ou não capaz de sensibilizar as pessoas! E com a ajuda da Camila e do Lipe da GA e da querida Nina da Eco Vila Viva fizemos um excelente trabalho, a criatividade e experiências individuais foram de grande valia. Deixamos minha amiga em casa e passamos na casa da D. Margarida pra pegar os tomates e as maçãs que minha mãe tinha comprado e pensei quão bacana era aquele costume dela, fortalecer a economia familiar, saudável e longe daquela loucura de sacolinhas do supermercado, vão todas na bolsa antiga e colorida de feira da época do artesanato escolar. Será que se não fosse o site do Greenpeace, os blogs de sustentabilidade, os emails trocados com o meu amigo que está no Pará na luta contra o a hidrelétrica de Belo Monte, os seminários de sustentabilidade, as conversar com a Mônica que entende como ninguém os militantes do MST e a utilização da agroecologia, será que eu seria como sou hoje? Tentando a todo custo sensibilizar os que estão ao meu redor, será que ainda sim eu teria condições para agir localmente buscando um mundo melhor para quem estar por vir? A certeza é que não; aho aos ativistas fazendo cada um a sua parte para um mundo melhor!

domingo, 3 de outubro de 2010

Repensando...


Pra pensar um pouco, uma parada que ando lendo:

"O problema por conseguinte, é este: para que o homem possa transformar-se radicalmente, fundamentalmente, torna-se necessária uma mutação nas próprias células cerebrais de sua mente. Dizem-nos que devemos mudar, que devemos agir, que devemos transformar nossa mente, nosso coração
, tornar-nos uma coisa totalmente diferente. Isso vem sendo pregado há milhares de anos por homens muito sérios, muito ardorosos, e também por charlatães interessados em explorar o povo. Mas, agora, chegamos ao ponto em que não há mais tempo a perder. Compreendei isto por favor. Não dispomos de tempo para efetuar gradualmente tal transformação. Os intelectuais de todo o mundo estão reconhecendo que o homem se acha à beira de um abismo, na iminência de destruir a si próprio. Nem religiões, nem deuses, nem salvadores, nem mestres, nem as lenga-lengas dos gurus, poderão impedi-los. Dizem os intelectuais ser necessário inventar uma nova droga, uma 'pílula dourada' capaz de produzir uma completatranformação química; e os cientistas provavelmente descobrirão esta droga. Não sei se estais bem a par dessas coisas. Ora conquanto o organismo físico seja um produto bioquímico, pode uma droga, uma superdroga fazer-vos amar, tornar-vos bondosos, generosos, delicados, não violentos? Não o creio; nenhum preparado químico pode fazer os homens amarem-se uns aos outros. O amor não é um produto do pensamento; também não é cultivável, como a flor que cultivamos em nosso jardim. O amor não pode ser comprado numa drogaria, e o amor é a única coisa que poderá salvar o homem - e não os artifícios das religiões, nem seus ritos, nem todos os exércitos do mundo. Podemos fugir, assistindo a concertos, visitando museus, entregando-nos a divertimentos de toda ordem - debalde! - porque o homem se acha hoje em dia em presença de um tremendo problema: se tem a possibilidade de transformar-se radicalmente, de efetuar uma total mutação de sua consciência, não amanhã, nem daqui a alguns anos, mas agora! Eis o problema principal: se o homem, em qualquer país que viva, com todas as suas belezas naturais, é capaz de operar uma mutação radical em seu interior, imediatamente. E não podeis resolvê-lo com vossas crenças, vossas ideologias, vossos deuses, salvadores, sacerdotes e rituais. Essas coisas já não tem o menor significado."

[
Krishnamurti]